Campanha tenta impedir que aço brasileiro seja usado no genocídio do povo palestino
- Redação
- 3 de set.
- 2 min de leitura
Mobilização do Coletivo Palestina Livre da Baixada Santista e de movimentos sociais também pede que o Brasil rompa relações com Israel

Movimentos sociais, partidos e coletivos se mobilizam para reivindicar o fim da exportação de aço brasileiro a Israel que pode ser usado em ações militares contra a população palestina em Gaza. Nesta quinta (04/09), a partir das 16h, a mobilização se fará presente durante a sessão de Câmara Municipal de Santos para tentar aprovar uma moção a favor dessa reivindicação, já no dia seguinte (05) haverá um ato em frente à sede da Autoridade Portuária de Santos (antiga Codesp) com início às 11h. O mote da campanha é “Bloqueio ao navio: Sem aço brasileiro para o genocídio palestino – rompimento já de relações com Israel”.
Segundo o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções a Israel), trata-se do embarque de 48 caixas de barras de aço de duplo uso, distribuídas em 2 contêineres de 28,23 toneladas cada, com destino ao porto de Haifa, em Israel. A exportadora é a Villares Metals (Brasil) e a importadora a IMI Systems, subsidiária da Elbit Systems, principal produtora de munições em Israel. A carga seguirá pelo navio MSC Leila (IMO 1016654) até Roterdã, de onde será transportada para o ZIM America (IMO 9244934), com chegada prevista em 17 de outubro. Inicialmente prevista para o dia 7 de setembro, depois alterada para o dia 5, a saída agora desta carga está confirmada para amanhã, 4 de setembro, com o objetivo de desmobilizar a campanha.
A deputada federal Sâmia Bomfim e a vereadora Débora Camilo, ambas do PSOL, protocolaram uma representação ao Ministério Público Federal solicitando medidas cautelares para impedir a saída da carga do Porto de Santos, entre outras medidas. Além de Débora, os vereadores Marcos Caseiro (PT), Francisco Nogueira (PT) e Benedito Furtado (PSB) protocolaram um requerimento urgente solicitando informações à Autoridade Portuária de Santos sobre a carga, as licenças para exportação e os pareceres técnicos a respeito do possível uso militar do carregamento.
Organizações internacionais e grupos locais, como o coletivo Palestina Livre Baixada Santista e a Frente Palestina de São Paulo, denunciam que essa exportação de aço pode ser empregada em ações militares contra a população palestina em Gaza, contribuindo para graves violações de direitos humanos. Essa exportação violaria as declarações do Brasil de suspender exportações militares a Israel, os compromissos com o Tratado sobre o Comércio de Armas (ATT), resoluções da ONU e as decisões da Corte Internacional de Justiça (2024), que apontaram a ocupação israelense como ilegal e condenaram atos de genocídio.


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