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Mário Presti: Nobel da Paz a Trump seria premiar legado de conflito

  • Foto do escritor: Carlos Norberto Souza
    Carlos Norberto Souza
  • 14 de ago.
  • 2 min de leitura

O Prêmio Nobel da Paz é uma distinção concedida a indivíduos ou organizações que promovem a cooperação entre nações, a redução de conflitos e o avanço dos direitos humanos. Donald Trump, presidente dos EUA, tem sido cogitado por alguns apoiadores como possível candidato ao prêmio em 2025, mas há fortes razões para questionar essa indicação.


No dia 24 de junho deste ano, o deputado republicano dos Estados Unidos Erl “Buddy” Carter enviou uma carta ao Comitê do Nobel da Paz, destacando seu papel na mediação do cessar-fogo entre Irã e Israel e na contenção do programa nuclear iraniano. Além do deputado, o Governo do Paquistão anunciou este sábado a intenção de nomear formalmente o presidente Donald Trump, para o Prêmio Nobel da Paz, pela intervenção na crise com a Índia.


Primeiramente, o legado de Trump na política internacional é marcado por polarização e instabilidade. Sua retórica agressiva, tanto contra adversários políticos quanto contra nações estrangeiras, frequentemente exacerba tensões geopolíticas. A relação conturbada com aliados tradicionais da OTAN, o apoio a governos autoritários e a saída de acordos multilaterais como o Acordo de Paris e o tratado nuclear com o Irã enfraqueceram a diplomacia global.


Além disso, durante seu mandato, conflitos internacionais não só persistiram como, em alguns casos, se intensificaram. A escalada de hostilidades com o Irã, incluindo o assassinato do general Qasem Soleimani em 2020, aumentou o risco de uma guerra aberta. Seu apoio incondicional a Israel e o massacre (genocídio) dos palestinos, sem avanços significativos no processo de paz, também não contribuem para a resolução do conflito. Internamente, Trump é uma figura profundamente divisionista, incentivando a discórdia social e a violência política. O ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, por parte de seus apoiadores, foi um episódio que manchou a democracia americana e demonstrou os perigos de sua retórica incendiária.


Por fim, o Nobel da Paz deve celebrar a construção de pontes, não a promoção do caos. Conceder tal honraria a Trump em 2025 seria um desserviço ao espírito do prêmio e um desrespeito a figuras que verdadeiramente dedicaram suas vidas à paz, como Malala Yousafzai ou Denis Mukwege, além de ser um desrespeito com o povo árabe e persa em geral. Ele faz “vista grossa” sobre o genocídio na Palestina e no Congo, sendo assim cúmplice dos sionistas. Mais do que gestos performáticos, a busca pela paz exige diálogo, humildade, compromisso com a justiça e os direitos humanos - valores que Trump repetidamente ignora. Portanto, diante de seu histórico controverso e da ausência de feitos concretos, Donald Trump não merece ser laureado com o Nobel da Paz. O anúncio da premiação será realizado em 10 de outubro, em Oslo, na Noruega. A conferir.



Mário Presti é pequeno empresário e militante comunista.





* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete necessariamente a opinião do Megafone Litoral SP





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